sexta-feira, 24 de junho de 2011

Lázaro Ramos se surpreende com repercussão de seu papel em “Insensato Coração”

Na semana em que o André assumiu o filho era: 'Eu te amo'. Na semana em que mandou Leila para fora de sua casa era: 'canalha, safado', conta o ator
“Na semana em que o André assumiu o filho era: ‘Eu te amo’. Na semana em que mandou Leila para fora de sua casa era: ‘canalha, safado’”, conta o ator
Alguns personagens têm a capacidade de provocar raiva nas pessoas. Em “Insensato Coração”, não seria impossível supor que, principalmente o público feminino, nutrisse um certo rancor de André, personagem interpretado por Lázaro Ramos. Afinal, trata-se de um solteirão convicto que não esconde de ninguém a falta de interesse em se aprofundar em um relacionamento. Estabeleceu só ir para a cama com a mesma mulher uma única vez e, praticamente, a cada dia aparece com uma diferente. Mas o que Lázaro percebe é justamente uma variedade de reações dos telespectadores. Dependendo do que acontece na trama, a abordagem muda. “Na semana em que o André assumiu o filho era: ‘Eu te amo’. Na semana em que mandou Leila para fora de sua casa era: ‘canalha, safado’”, conta o ator, referindo-se à personagem de Bruna Linzmeyer. Já o público masculino, geralmente, pede a receita de como ser cafajeste como o designer. Ou então conta que já teve alguma atitude parecida. “Alguns me falam: ‘Mulher tem de sair pegando mesmo’. Aí, eu pergunto: ‘Mas você fala a verdade igual ao André?’ E eles dizem que não”, revela, aos risos.   
    
Para encarar o tipo “mulherengo”, Lázaro até se inspirou um pouco em um amigo baiano. “Nunca dei o nome dele, vou dar agora. Meu amigo Jorge alimenta de alguma maneira minha interpretação”, entrega. Mas é o próprio texto do Gilberto Braga e Ricardo Linhares que serve como maior referência para o ator. Principalmente porque, em sua opinião, trata-se do nascimento de um personagem arquetípico. Na história, André não se encaixa no estereótipo do mocinho e, muito menos, no do vilão. “Ele é arrogante, tem trauma familiar, tem uma autoestima enorme, é rico, desejado por mulheres e é feito por um ator como eu”, descreve Lázaro, que rejeita o rótulo de galã que tanto tem ouvido falar por aí. Afinal, procura entender a função de seu papel dentro da trama, a cada semana. E, pelo que percebe, André não mantém as mesmas características sempre. Já mostrou seu lado mais sensível quando o pai aparece na história e agora tem comprovado que sua tática em relação às mulheres não é infalível: ele está gostando de verdade de Carol, interpretada por Camila Pitanga. Os dois vão, inclusive, começar a namorar. “É um aprendizado semanal”, simplifica.
O que também surpreendeu Lázaro foi a mudança no rumo da história. Na sinopse original, André ficaria com Leila. Mas a sintonia com Carol foi tão grande que isso não deve mais acontecer. “Isso que é legal, esse jogo de interação com o público”, empolga-se o ator, que costuma fazer mais seriados do que novelas. Em seu terceiro folhetim – atuou em “Cobras & Lagartos”, em 2006, e “Duas Caras”, em 2007 –, Lázaro sempre teve muita vontade de trabalhar com Dennis Carvalho. E sabia que só teria essa chance em uma novela. Por isso, quando surgiu o convite para “Insensato Coração”, não deixou escapar. “Tem pessoas interessantes com quem você quer trabalhar e só as acessa em outra linguagem”, ressalta. “Mas a minha curiosidade me diz sempre para eu experimentar de tudo. E o seriado possibilita isso, você não fica tanto tempo preso a um só trabalho”, completa.
Mas o que importa mesmo para Lázaro é dar vida a papéis interessantes. Por isso, prefere não eleger o mais marcante de sua carreira e nem consegue. Ainda mais porque foram tipos variados que interpretou. Entre eles, a Priscila, de “Sexo Frágil”, o malandro Foguinho, de “Cobras & Lagartos”, e Evilásio, o herói do povo de “Duas Caras”. “Investiram em mim para personagens muito diversos e que tinham funções distintas na trama”, ressalta ele, que também tem uma carreira consolidada no cinema. Está para lançar dois filmes: “Amanhã Nunca Mais”, de Tadeu Jungle, e “O Grande Kilapy”, de Zezé Gamboa. “No primeiro, faço um anestesista com problemas familiares, que precisa ir para casa entregar um bolo. No segundo, faço um angolano que foi estudar engenharia em Portugal, mas preferiu as mulheres e a boemia”, adianta.
Uol Televisão

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